sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em 2010 eu...

Passei muito frio. Muito calor também. Comi demais. Fiquei 40 dias sem carboidrato. Engordei muitos quilos, pra depois tentar emagrecer todos eles. Estudei muito para algumas matérias. Me arrependi. Estudei pouco para outras. Me arrependi. Colei demais e me arrependi de novo. Cheguei a conclusão de que nunca estaria satisfeita com as minhas escolhas na faculdade. Reprovei a mesma matéria pela segunda vez. Depois conseguir passar. Comecei a entender o que é pró-atividade. Percebi que quase ninguém sabe o que é. Amadureci. Tive que me organizar. Dormi em cima da bagunça. Me dei conta de que é muito bom morar sozinha. Nem sempre.

Me aproximei de pessoas que se tornaram essenciais. Me afastei de quem nunca deixou de ser. Percebi que é possível viver e se dar bem com pessoas bem diferentes de nós. Me decepcionei por achar que as pessoas são como queremos ou sonhamos. Entendi que sempre vai ser assim. Completei seis anos de namoro. Descobri que o mesmo amor de sempre é o único. Voei cinco vezes. Todas elas na mesma e segura companhia. Não saí da minha zona de conforto. Senti saudade.

Me estressei. Tive TPM todos os meses. Sofri. Me irritei mais do que deveria. Com quem não queria. Senti angústia, dor e muitas vezes medo. Não desisti. Cozinhei. Aprendi a me virar sozinha. Desejei um carro mais do que nunca. Completei duas maratonas. De cinco quilômetros. Completei uma maratoma. Dei muita risada. Fui dormir depois da meia noite todos os dias. Nem sempre acordei antes das dez.

Torci por uma pessoa mais do que pra mim mesma. Não deu. Fiz duas promessas. Uma já cumpri. A outra preciso de um ano inteiro. Agradeci mais do que pedi. Não adoeci. Nem uma gripezinha sequer. Lutei para ver quem amo feliz. Consegui? Li menos livros do que eu queria. Twittei muito mais do que deveria. Vivi como pretendia?

Decidi mudar. Virei diretora. Tive medo da responsabilidade e a ficha ainda não caiu. Emagreci sete quilos. Usei mais de cinquenta cores de esmalte. Cortei doze dedos do cabelo. Fiz muitas contas. Falei muito mais do que escrevi. Fiz uma tatuagem.

Sorri. Chorei. Vibrei. Torci. Me desesperei. Perdi. Ganhei. Acreditei. Publiquei. Implorei. Deixei. Gastei. Economizei. Juntei... Mas acima de tudo: vivi. Uma vida cheia de altos e baixos, alegrias e tristezas, certezas e dúvidas, união e solidão. Mas fiz de 2010 mais uma página completa e colorida de um livro que está só no começo, quem sabe no prefácio...

Que venha 2011!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ao Senhor Noel

Ei, Noel, cheguei meio tarde esse ano. O senhor quase que já entregou todos os presentes e eu aqui.. Começando a escrever uma cartinha. Estava quase achando que não ia ter que me agüentar esse ano, né? Minhas cartas são longas e quase ninguém tem paciência para lê-las.. Achou que estava livre.. Pois bem, vim tarde, mas vim!

E sabe o que é pior? Fui assim com quase tudo o que fiz em 2010. Entreguei tudo no prazo – ou um dia depois, como hoje. Deixei para falar parabéns às 23h59. Procurei pessoas pra me explicar o exercício que não entendi um minuto antes da prova. Fui meio imediatista. Quis tudo na mesma hora em que pedia, mesmo tendo que me esforçar pra não chegar quinze minutos – ah, só quinze minutinhos! - atrasada em todos os compromissos.

Mas como está tudo por aí, Noel? Não vem me dizer que o senhor também está na correria... O que? Teve que demitir duendes e renas por causa do custo alto de mão-de-obra? Ah, esse ano também saiu caro pro senhor? Como assim, Papai Noel.. Aquela menininha do comercial falou que o senhor só está nessa vida ainda porque quer recolher as Notas Fiscais Paulista.. É sério? Não me desaponte, poxa.. Sempre confiei tanto no senhor!

Sinceramente? Não sei bem o que eu quero pedir. Vim escrever essa cartinha como agradecimento mesmo. Também não sei se fui tão boazinha assim para merecer qualquer coisa que fosse pedir. Sabe, Noel, a vida é dura com a gente, não? E de repente... Já tinha feito coisas erradas e não dava mais pra esconder. Me desculpa? Traz o que o senhor quiser! Um chocolate nesses tempos de regime é dureza, mas hoje eu me permito.

Mas, obrigada, Noel. Por entender minha correria. Minha vontade de sair correndo de Campinas e ficar aqui em São Paulo o dia inteiro assistindo todos os filmes que eu tenho em DVD e que já sei as falas de cor não me deixaram pensar em escrever uma cartinha antes para o senhor. Pronto! Se o senhor quiser pode me dar um DVD novo. Ninguém nunca me deu um. Eu compro sempre. E sempre os mesmos tipos de filme. O senhor sabe quais são. Água com açúcar, de mulherzinha, cor-de-rosa, romacinho barato.. Isso, esses mesmo!

Mas, Santa.. Não vou ficar aqui ocupando seu tempo hoje, no dia de Natal. Chega de entregar de presentes. Vai curtir com a Mamãe Noel, coitada. Deve estar estressada com tanto trabalho que o marido tem. Ah! E fica uma dica: se o senhor ainda vai passar pelo Brasil, troca o modelito. Sabe, Noel, chegou a hora de o senhor comprar uma bermudinha vermelha, fazer um rabinho nesse cabelo e vir descansar em uma praia por aqui. Isso mesmo. Descansar. A gente tá precisando!

E como ouvi dizer por aí: “Have yourself a merry little Christmas, may your heart be light".

domingo, 21 de novembro de 2010

Você quer viver para quê?

Um pôr-do-sol na praia. Cheiro de terra molhada. Piada interna com as amigas. Dor na barriga da gargalhada. Risoto. Aquele abraço. Barulho de chuva. Ver criança aprender a ler. Entregar o projeto. Ouvir o elogio. Pão saído do forno. Tentar só mais uma vez. Qualquer motivo. Basta um. Você quer viver para quê?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não seja vítima da mulher-vítima


por Tati Bernardi
Sua gastrite resolveu atacar de novo e não deu tempo de diminuir no cabeleireiro a juba primata que você carrega acima de seu cérebro, que, hoje, só precisa de descanso, silêncio e alguma bobeira na televisão. Isso deveria ser simples para uma mulher entender. Hoje você não tá afim de dirigir até a casa dela, ouvir sobre como ela odeia tal colega de trabalho e falar coisas que ao mesmo tempo soem dóceis, inteligentes e decididas. Você quer dormir sem tomar banho, jantar salgadinho murcho e dormir torto no sofá babado.
Não significa que você tenha dúvidas a respeito do amor que sente. Não quer dizer que você esteja com uma modelo internacional ou com sua vizinha gordinha, em casa, ambos nus, comemorando essa mentira deslavada que você inventou pra poder pular a cerca. Não é porque você não sente saudades ou desistiu de ser galanteador agora que já ganhou a moça. Você, meu amigo sofredor, tem todo o direito de simplesmente não estar a fim de vez em quando e elas definitivamente não têm o direito de transformar isso em um problema.
Mas a mulher-vítima não trata um homem como um parceiro de vida. Um humano normal com vontades, preguiças, indolências e flatulências. Ela trata o homem como um sádico algoz, pronto para maltratá-la, enganá-la e acabar com sua mísera vida, que é assim desde a época em que seu papai não a elogiava como ela queria. E não importa o que você faça, nunca será o suficiente. Não importa que você equilibre qualidades com defeitos, os defeitos vão sempre sobressair. E então, já que você é esse bosta de ser que só mal lhe faz… por que ela não te larga? Porque ela tem o desejo inconsciente de ser maltratada. Ela idealiza o chicote em suas mãos. Ela precisa sofrer e te escolheu pra essa fantasia. Ela adora pensar que você não presta.
A mulher-vítima não entende que você precisa trabalhar. Ela acha que está sendo renegada, preterida, ignorada, humilhada, abusada, explorada, judiada. Ela não entende que você tem amigos, família e, se bobear, até de seu sono ela vai reclamar: como assim você dorme ao invés de me idolatrar 24 horas por dia?
Por que você fez isso comigo justo no dia tal? Por que você ta me falando isso justo hoje que eu tô num dia tal? Por que você não fez tal coisa justo quando eu mais precisava de tal? Por que você fez isso sabendo que eu tenho trauma de tal coisa? Se todo dia é um péssimo dia para errar e se a sua mulher conjuga cobranças com essas estruturas de frase, você está sendo vítima da mulher-vítima.
No começo, você pode até achar que ela age assim tamanha a segurança: se ele não for perfeito, eu berro; afinal, não me faltam homens querendo saciar todas as minhas vontades. Mas não se engane, trata-se do ser mais inseguro do planeta: ele não me ama e eu não suporto isso; portanto, vou querer provas de seu amor a cada 2 segundos e, como isso é impossível, eu vou me sentir uma completa infeliz e, mais uma vez, vou me provar que nasci para sofrer e, porque sou viciada em ser vítima, essa sensação é a minha cheiradinha ou fumadinha ou picadinha ou pilulazinha diária. Seu “moreco” precisa de um médico, e não de um homem.
Repita comigo: você não tem de salvar uma mulher. Amar não significa virar pai ou médico ou benzedeiro de uma criatura. Você não tem de dizer a coisa certa na hora certa no dia certo com o sol refletindo em seus penetrantes olhos de super-homem. Você não tem de ter lido os livros e visto os filmes e baixado as músicas que ela planejou para não se sentir vítima, mais uma vez, do homem imperfeito. Você não precisa fazê-la gozar loucamente todas as vezes (mas quase todas é bom, isso é verdade). Vamos combinar que ela também não é perfeita (pra começar, ela é bem doida!) e, então, não tá com essa bola toda pra cobrar tanto assim. Vocês vão crescer juntos, com calma e paciência e respeito e equilíbrio, ou ela vai continuar esperando que você venha do céu para resgatá-la do inferno de seu cerebelo inquisidor (este sim o verdadeiro algoz).
Dê o amor que pode do jeito que der e, se ainda assim a vida dela continuar um mar de infortúnios, saiba que seu barquinho não tem nada pra fazer a não ser se arrancar antes de afundar nesse lodo de lágrimas de sangue. Talvez sem nenhum amor ela aprenda a dar valor para o amor possível.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

What is the Church?



Basta ter um propósito, uma missão e um plano, todos eles ligados a Deus. Isso é a igreja. O resto serve apenas de atrativo para que o mundo torne-se cheio de pessoas glorificadas. Assistam. Vale a pena!

domingo, 10 de outubro de 2010

Amor engorda

Isso mesmo. Amor engorda. Amar engorda. No início, paixão emagrece. Um toque do celular, uma mensagem de texto, um e-mail, um olhar. Qualquer coisa é motivo para o coração disparar e isso vale mais do que correr 10 km. Sem contar que o apetite do apaixonado pode ser saciado por coisas que não engordam. Beijos intermináveis, pele com pele, mão esbarrando na mão. O sono diminui, a adrenalina corre como louca, olhos brilhando. Cada suspiro consome 15 calorias.


E de repente, o mal-me-quer, bem-me-quer vira bem-me-quer, bem-me-quer. Os dias passam em câmera lenta se não estão juntos. Não há mais necessidade de dormir, comer, falar. Os dias se ajeitam na espera do encontro. Ou de uma ligação.

Até o dia que a paixão vira amor. Tudo é motivo para celebração. E celebração lembra... Comer! Conquistaram o coração um do outro e não é todo dia que isso acontece. É café na cama, almoço, ceia, viagens de férias banhadas a comidas típicas, bebidas maravilhosas, sobremesas de dar água na boca. Tudo em busca de novidades para o amor. E a novidade já não é o outro, mas tudo o que se faz junto, tudo o que se gosta, tudo o que se ama. E pode haver algo mais adorável, excitante e gratificante do que descobrir que se gosta da mesma comida?

O amor chama o amor de gordinho, gordinha, docinho. Dá chocolates caros de presente. Compra vinhos, queijos, quiches e risotos. E assim o amor engorda.

Todos perguntam o que é o amor. Como sabem que estão amando. Como funciona. Essas respostas eu não sei. Mas que engorda, engorda.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Minha grande amiga TPM

Primeiro dia. Simplesmente abri o olho pela manhã e sabia que ela estaria ali, junto comigo pelo resto da semana. Quase arrisquei um bom dia, mas sua cara era tão feia, que achei melhor não. Ela me diria "Bom dia pra quem? Só se for pra você!", aí achei melhor deixar como estava. Falei pra ela que não precisava ficar no pé, que eu estava cansada, que precisava de férias, que queria um feriadinho no meio da semana e ela quase arranjou briga comigo. Achei melhor não discutir mais uma vez.

Saí de casa e ela estava ao meu lado. Me empurrando. Me dando dor de cabeça. Querendo que eu desse atenção pra ela, mas eu não queria. Sai daqui, me deixa em paz. Vou ficar irritada com você e ela não se abalou. Falou pra mim que iria começar a chorar se eu não desse bola e eu falei que podia chorar, sem problemas. Não vou consolar ninguém.

Tentei por horas não olhar pra cara dela, ignorei o quanto pude, mas quando eu menos esperava.. Ela me pegou pela mão e eu já estava sentido o que ela sentia. O calor que faz nessa cidade começou a me irritar mais do que de costume e eu espraguejei baixinho meu país, falei que eu queria morar em um lugar aonde no verão faz 15 graus e todo mundo está feliz e agasalhado. Dei um passo e tropecei na calçada, quase caí de cara e ela me segurou. Fui atravessar a rua e um carro preto passou colado na minha barriga, tudo porque estava distraída com ela tentando me mostrar suas várias caras. Fui conversar sobre mim com uma quase desconhecida e ouvi coisas que não esperava ouvir. Mas ela estava ali, ao meu lado, segurando minha mão. O que fez meus olhos se encherem de lágrimas na frente de alguém que eu não queria que me visse chorando. Eu não sou fraca. Eu não sou tímida assim. Eu sou forte. Eu falo o que eu quero sempre. Eu sempre me ferro por isso. Mas porque dessa vez não consigo mostrar quem eu sou, de verdade? Porque tive que ouvir julgamentos que não cabem a mim? Ok, eu confesso, eu sou desorganizada. Deixo para a última hora, de verdade. Mas eu vesti a camisa, poxa! Eu pensei em dar muito mais de mim do que eu normalmente daria. Mas aí recebi um balde de água fria.

Tudo culpa dela. Ela me fez ficar assim por uma coisa que nunca me abalaria. Eu só estou chorando por um motivo babaca, porque ela estava do meu lado, segurando minha mão e me passando seus sentimentos que mais parecem uma montanha-russa. Não quero sentir o que você sente, TPM, vai embora, sai daqui. Não ligo se você ficar chateada. E espero que você nunca mais volte mesmo. É, nunca mais. Você me deixa mal, me deixa brava, faz brigar com meus amigos, namorado e família, me faz chorar na frente de pessoas que não deveriam estar escutando meus problemas. Poxa, você pode por um mês, se quer, me dar sossego? Deixar eu seguir minha vida como os outros 21 dias do mês eu segui. Por favor?

Aí ela fica brava. Vermelha de raiva comigo. Fala que nunca mais vai voltar e que me odeia com a voz embargada das lágrimas na garganta. Fecha a porta e eu dou um sorriso. E como o verão que de repente some, mas a gente sabe que um dia vai voltar.. Daqui a pouco ela abre a porta, entra devagarinho, deita comigo na minha cama, pega na minha mão e.. Ah não, TPM, de novo, não!!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O meu perfeito

É tudo culpa sua. Eu não consigo mais. Não tem mais ninguém, não terá mais ninguém. Eu fecho os olhos e a única coisa que me vem na cabeça é você. Aquela sua imagem de homem perfeito. Te deixo por uma hora sozinho em casa e quando volto, nada está como eu tinha deixado. Minha bagunça tão corriqueira sumiu e você fez tudo por mim. Fritou os bifes, lavou as panelas, cortou a grama do jardim.

Porque você faz isso comigo? Você me fez ser dessas que gostam de homens que preparam coisas. Que amassam frutas para fazer caipirinhas, usam a furadeira para prender armário no banheiro, instalam computadores, consertam celulares, assam uns pãezinhos, tudo com o mesmo appeal.

Seria estranho se eu não tivesse caída aos seus pés de amor. Não só pelos bifes, panelas e pãezinhos. Não tem como não ficar assim. Tenho medo de dizer que você é o homem perfeito. Eu não quero que mais ninguém feche os olhos e veja você, fazendo tudo, sendo tudo. A dona das suas imagens sou eu, poxa. Só eu posso fechar os olhos e lembrar de você fazendo tudo isso por mim.

Ei, perfeitinho. Obrigada por esses seis-anos-e-meio de você na minha vida. Te amo. Daqui pra mais uns... Cem anos?

sábado, 24 de julho de 2010

Número um

Querer estar e não poder. Querer falar sem pensar. Querer abraçar sem ter fim. Querer ficar até o dia acabar. Querer sorrir sem medir. Querer estar sem cobrar. Querer ser sem pedir. Querer brigar e temer. Querer distanciar e aproximar. Querer amar. Querer trocar de lugar. Ligar, bipar, chegar, sair, comprar. Querer viver uma amizade assim. Cheia de verbos. Cheia de vida. De confiança, de verdade.

Eu queria viver uma amizade assim. Um amor fraternal, que chega a não se importar se vai ser recíproco e, de repente, quem eu menos esperava tornou-se a mais importante. Da ausência na agenda ao número mais discado. Da inexistência à onipresença. Do número cem ao um. Do desconhecido ao amor. Sem esforço, como se já fizesse parte do curso natural da vida.

Ela me conquistou e será que tem alguém que ela não conquista? Sua voz doce e seu coração enorme entraram na minha vida, na da minha irmã, mãe e até priminha. Entraram no meu coração, colocou-a em minhas orações e me ensinou o que devia fazer para viver uma amizade assim. Amizade que não quer competir, não trai, não mente e não é falsa. Amizade que resiste e se fortalece estando perto ou longe e não muda por nenhuma situação, por aquilo que um fez ou o outro deixou de fazer. Amizade que é presente de Deus, mesma luz, mesma paz, mesma canção.

Seu verbo é poder. Poder ajudar. Poder fazer o que estiver ao seu alcance. Poder falar o que me faz bem. Poder ser quem é. Poder olhar igual para todos. Poder ser boa. Poder ser linda. Poder fazer. Poder, não o verbo. E a palavra de hoje é parabéns. Pelo dia, pelos anos, pela voz, coração, palavras, atitudes e, principalmente, pela pessoa - por mais clichê que possa parecer - maravilhosa que você é. Que hoje toda a atenção, todos os olhos, bençãos e amor estejam contigo, One. Esse númerozinho aí vai ser sempre seu na minha vida.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aonde estão meus parágrafos?

Vontade de escrever. Apaguei cem linhas achando que não estava bom. E vou tentar de novo. Quando sair volto aqui para dizer que tenho saudade da época em que os parágrafos saíam instantaneamente. Sem pestanejar. Sem medo.

Quero escrever mais cem linhas que me deixem arrepiada. Que me façam ter vontade de ler e reler. Que me façam sentir bem, mesmo sabendo que ninguém ou quase ninguém lê meu blog. Não me importo. A satisfação de ler cem linhas, cem parágrafos ou cem palavras e me sentir como me sinto, quando, finalmente acontece, não tem igual.

sábado, 3 de julho de 2010

O sonho acabou


Como assim? De repente eu olhei pro relógio e faltavam oito minutos e mais dois gols. Percebi que não iria acontecer. Que o sonho estava prestes a acabar.. Como assim, Dunga?

Eu acreditei em você. Quando todo mundo falava mal, dizia isso e aquilo, eu sempre acreditei. Pensava que no dia 11 de julho, quando o Brasil virasse hexacampeão mundial, você seria aquele típico exemplo de teimoso que deu certo, sabe? Eu acreditei em toda aquela sua história de comprometimento. Acreditei que podíamos ganhar, mesmo com um time sem grandes craques e cheio de falhas. Acreditei no Kaká, acreditei no Robinho, Luis Fabiano. E você, Julio César? Acreditei em você também. O melhor goleiro do mundo e agora estamos todos nós, 190 milhões de brasileiros, tristes, desapontados, por um erro seu. Erro que não podia acontecer naquela altura do campeonato.

Não, não quero culpar alguém por isso. Até por que quando se trata de TIME não tem em quem jogar a culpa. Ela pode ser de cada um. Dunga, por não ter um reserva que jogasse como o Kaká, caso ele não estivesse espetacular, como sempre. Ou, talvez, por nunca trocar os jogadores na hora certa. Ou, quem sabe, por acreditar demais em um time que ele sonhou que seria perfeito. Julio César, pelo seu ego e sua vontade de querer agarrar todas, porque não enxergou o Felipe Melo bem na sua frente? Kaká, quem era você no último jogo? Esperei por um gol seu como uma criança espera por um doce e ele não veio! E, você, Felipe Melo? Que vontade é essa de ser protagonista, meu bem? Mas culpa mesmo, não tem como jogar nas mãos de um só.

Triste, sim, estou. Desapontada, desacreditada e não achei que fosse me sentir assim se isso acontecesse. Mas ontem, senti um aperto no coração tão forte quando o jogo acabou, que tive que enxugar as lágrimas dos meus olhos.

Agora é esperar por 2014. Ver o jogo ao vivo, esperar pelo futebol-arte brasileiro acontecer novamente. Ganso, Neymar, Nilmar, Kaká e Robinho.. Nossa seleção pode ser cheia de craques e fazer acontecer. Não vejo a hora de chegar mais uma vez.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eu. E meus 21 anos.

Sim, eu vou mais uma vez, aqui, polemizar os meus 21 anos. Mas dessa vez não vim dizer que eles chegaram. Infelizmente, vim dizer que eles estão indo embora. Ficaram aqui só de passagem, mas alguns meses e pronto. É, eu sei, não são “alguns” meses, são nove, mais precisamente, e porque eu já estou tão desesperada? Meu Deus, eu sempre ouvi as pessoas dizendo que tinham 22 anos e achava tão bonito. Soava tão bem. E, porque raios, eu acho que agora, da minha boca, começa a soar mal?

De repente eu vi que aquela vizinha que eu vi nascer, tão fofinha, já é um mulherão, mais alta que eu, com o celular na mão, quase uma adulta. O menino que, um dia, eu ensinei matemática já é pai. A copa de 98 parece tão recente na minha cabeça e já fazem 12 anos. Minha irmã faz 18 anos esse ano. Meu namoro já tem 6. Já-estamos-em-junho-de-2010.

Junho. Quase julho. Esses dias eu estava reclamando que as férias de verão estavam no fim e agora eu já clamo pelas férias de inverno! O que vem acontencendo com o tempo? Porque andar tão rápido, reloginho? Calma, mundo, eu quero viver a vida com um pouco mais de tempo! Quero assistir quatro horas de televisão seguidas deitada no sofá. Quero jantar com os meus amigos. Quero ver pessoas que eu não vejo há mais de um ano! Viajar com a minha família. Ficar de bobeira com o meu namorado. Quero minutos, horas e dias.

Carpie Diem. Quem inventou isso deve ter pirado! Tenta viver cada dia como se fosse o último pra ver o que acontece! As notas da faculdade despencam, o dinheiro em pouquíssimo tempo, acaba, os quilos virão aos montes.. Por isso que não entendo quem leva isso como estilo de vida! Tatua na pele, coloca no twitter, proclama aos quatro cantos do mundo e pra quem quiser ouvir, mas quero ver na prática se é isso que faz. Aham.

Agora se o seu carpe diem é acordar, academia, faculdade, empresa, aulas de francês, treino de vôlei, estudar, estudar, estudar. Então, tá. O problema é que o meu carpe diem não é bem isso. Aí fica complicado. O relógio corre e de repente.. Olho no calendário e vejo que o dia 28 de março está mais próximo.

Alguém congela meus 21 anos, please?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Minha mãe

Mãe. Quem quer ser uma tem que arranjar tempo na agenda. Não por uma hora, nem por um dia. Por uma vida inteira. Mães não têm preguiça, não têm sono, não têm fome. Não sabem quando é a hora de parar. Largam tudo e todos por uma pessoinha chorona e fazem tudo o que elas querem. Mãe é mãe. Mãe não é pai.

Não dê a desculpa que o mundo está muito ruim. Que o tempo não ajuda. Que seu trabalho é precioso. Todos devíamos ser mães. Os pais também. Quem não quer experimentar a sensação de amar alguém incessantemente? Por todo o tempo, por toda a vida. E, de verdade, não esperar nada em troca. Muitas vezes não ter nada em troca. E não se magoar por isso. Pelo contrário, continuar doando seu amor, seus gestos, seu tempo.

Ela tinha 32 anos quando eu nasci. Experiência fosse a que ela tivesse passado, nenhuma foi como me ver crescendo e tomando os caminhos que ela sempre sonhou. Pra mim sempre foi assim. Eu aqui e ela ali. Não tinha dúvidas, não tinha medos, não tinha insegurança. Eu sabia que quando eu estivesse com dor de cabeça ela iria olhar pra mim e saber o que eu estava sentindo e o que tinha que fazer para melhorar.

Vinte e um anos se passaram e tudo continua igual. Agora eu cuido um pouco dela também. Por enquanto é o pouco que posso fazer para retribuir tantas noites mal dormidas, tantas lágrimas derramadas, tanta preocupação, tantos quilômetros dirigidos.

Digam o que quiser, mas a melhor mãe do mundo é a minha. Desculpa se você acha que a sua é muito melhor, mas é que você não conhece a Elena. Você nunca abraçou ela. Nunca dormiu com a massagem dela. Nunca ouviu os gritos dela pela casa. Nunca brigou com ela a ponto de se descabelar. Nunca viu o quanto ela é teimosa. Nem sabe o quanto o coração dela é grande. Não sabe que ela é mãe de mais de dez pessoas e, se pudesse, tenho certeza que seria de cem. E o essencial... Você não a ama como eu amo.

Não importa se dizem que todas as mães do mundo amam o filho mais novo muito mais e eu sou a primogênita. Pra mim não importa o que dizem. O que importa é saber que toda sexta-feira eu vou chegar em casa, ela vai abrir a porta e dizer: "Finalmente, filha, estava morrendo de saudade."

Te amo, mamãe. Incondicionalmente e eternamente. Feliz dia das mães!

sábado, 17 de abril de 2010

Sort dans l'amour

Disent-ils que celui qui a du sort dans les jeux n’en a pas dans l’amour. Je ne comprends pas pourquoi, mais dernièrement j'ai compris ce qui est vrai. Les jeux por moi sont compliqués. Et c’est comique, j'en perds toujours. Déjà dans l'amour... Je gagne tant! Amour chez moi. Amour chez les ami. Chez mon petit-ami. Beaucoup d'amour. J’espère qu'il soit toujours ainsi! Perdre pour gagner!

"Le sort fait les parents, le choix fait les amis" (Delille)

*Agora com as devidas correções da minha professora e com a tradução:

Sorte no amor

Dizem por aí que quem tem sorte nos jogos, não tem sorte no amor. Eu não entendia porque, mas ultimamente tenho percebido que é verdade. Os jogos para mim são complicados. É até engraçado, mas eu vivo perdendo. Já no amor.. Tenho ganhado tanto! Amor da minha família. Amor dos amigos. Do namorado. Muito amor. E espero que seja sempre assim! Perder para ganhar!

"A sorte faz os pais, a escolha faz os amigos" (Delille)

quarta-feira, 31 de março de 2010

E lá se foram os vinte...

Quando eu penso vinte. Eu penso, pô, só vinte, sabe? Sou tão nova. Tenho pelo menos uns sessentinha pela frente. E se a medicina continuar nesse ritmo frenético, posso chutar uns oitenta, noventa. Mas aí eu lembro que são vinte e um. Vinte. E. Um, entende? Não sou mais adolescente. Não posso mais dar a desculpa que foi tudo culpa da minha mãe. Ou que ela não deixou. Não posso mais falar que eu sou muito nova. Pode ser exagero meu, mas estou chegando perto dos trinta. Passar dos vinte é estranho. Não quero ser adulta. Mas eu quero casar. Não quero procurar emprego. Mas eu quero meu dinheiro. Não quero falar que eu já tenho vinte e um. Mas quero poder ir pra Las Vegas logo.


Sabe a síndrome de Peter Pan? Então. Alguém me leva para a Terra do Nunca. Constrói uma Unicamp, Perdizes, Barão Geraldo, Casa da mamãe, Casa da Laís, cinema com meu lindo, Campinas Hall, Shopping Iguatemi, Yogoberry e me deixa um pouco lá vai. Espera eu passar em cálculo II, física III, química orgânica. Espera eu me formar, arranjar um emprego e quando eu estiver quase casando me traz de volta pra realidade. Aí sim eu vou poder dizer que estou feliz com meus vinte e um anos, formada, empregada e casada. Com tempo de sobra pra viver o casamento. Ir pra balada com meu filho. Trocar de emprego mil vezes e, quem sabe perceber que eu não gosto de engenharia. Quem sabe ganhar a vida escrevendo alguma coisa que me faça bem em alguma revista que eu ache bacana. Ou talvez cuidando da minha própria academia e podendo malhar o dia inteiro. Ou quem sabe encontrando tempo pra dormir e acordar com a neve caindo lá fora. Passear pela 5th Avenue como quem anda pela Avenida Sumaré. Ou talvez dirigindo uma Escalade em Miami como quem dirige uma Zafira em São Paulo.

E talvez seja essa minha busca por mais tempo para decidir minhas dúvidas que me põe maluca. Porque eu simplesmente não poderia ser daquelas pessoas que, com dez anos de idade, já sabem que querem ser médicos e assim vão ficando, até sair do colégio, fazer mil anos de cursinho e, enfim, cursar a Pinheiros e ser feliz pra sempre? Porque eu, que desde a sexta série, já passei por modelo, publicitária, médica, jornalista, administradora, porque fui acabar bem na ENGENHARIA? Porque? Só pra fazer com que meus vinte e um anos pareçam trinta e ficar achando todos os dias que sou velha e não terei mais tempo de terminar essa faculdade? Porque?

Meus amigos dizem pra eu parar com essa bobagem. Minha mãe diz que nada na vida tem idade. Meu namorado acha simplesmente que eu tenho algum problema. Meu pai acha que os dois anos de cursinho me deixaram meio atormentada. Minha irmã dá risada. Mas e eu? E eu? Eu não sei. Não sei o que eu quero da vida. Não sei se é engenharia, jornalismo, publicidade ou simplesmente ganhar na Mega Sena e ir curtir esse mundão com tempo de sobra. Se for mesmo verdade que “as pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam o que queriam da vida aos vinte anos”, fico feliz. Ter vinte e um e ainda não ter se encontrado também pode ser?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Os poderes de Greyskull

Por Bruna Demaison

Você pode acordar para ir trabalhar ou faltar e ver todas as estréias da semana. Pode vestir um terno ou decidir que hoje vai casual, mesmo que não seja friday. Pode almoçar no restaurante ali da esquina ou andar mais um pouco e arriscar um novo, ir regularmente à academia ou caminhar no parque ouvindo música. Pode dormir com a TV ligada ou ligar para alguém com quem não fala há tempos, arriscar outro caminho ou seguir naquele já conhecido, pode fazer Administração, Direito, Economia ou passar um ano a quilômetros da faculdade só para estudar línguas, arte e viajar por aí.

Você pode se formar e imediatamente começar uma pós-graduação ou confessar abertamente que não tem a mínima idéia do que quer ser quando crescer. Pode nunca sair de casa sem camadas e camadas de protetor solar ou torrar no sol e usar biquíni branco no inverno, pode ficar com todos os caras que te olham ou não estar nunca satisfeita com ninguém. Pode reclamar do que te incomoda ou esperar para ver se passa, guardar dinheiro para ter um carro zero ou andar de ônibus e ter mais sapatos que Imelda Marcos. Pode tocar vários instrumentos ou entender sobre musica tanto quanto o I-Tunes permite, insistir para ver se volta ou acreditar que acabou.

Pode saber de cor quantas calorias tem em cada alimento ou fechar a boca sempre que a calca jeans apertar, ler todos os clássicos ou os quadrinhos do jornal, sair todas as noites ou dormir oito horas por dia. Pode falar com seus amigos toda hora ou curtir os status nas redes sociais, viver num apartamento onde, se entrar correndo, cai pela janela ou se lembrar de avisar aos pais quando não dormir em casa. Pode anular seu voto ou se esforçar para entender os projetos de cada candidato, conversar para chegar a um acordo ou desistir porque não vale a pena.

Você não pode não se lembrar do que queria quando criança, não pode não saber se quem importa está bem, não pode não conhecer o lugar com o qual sempre sonhou ou não dar uma chance se existir uma mínima possibilidade. Não pode não saber quais musicas e filmes te fazem chorar e quais te fazem sorrir, não pode não descobrir por que está se sentindo mal há tanto tempo nem não ter algo só seu. Não pode não ter alguém com quem contar nem um motivo para continuar.

Você não pode um dia acordar e ver que não se lembra como tudo ficou assim. Pelo menos não deve.

*É disso que eu to falando!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Simples assim

Porque eu passo ali, mas não passo do portão. Porque meu pescoço se vira, mas você não está na porta com o controle na mão. Porque não somos mais crianças. Porque seu time ganhou do meu no fim de semana e eu quero comentar. Porque eu tenho novidades e era pra você, só você ouvir. Porque não ouvir sua voz me faz mal. Porque você é minha melhor amiga. Porque minhas lágrimas não querem cair por causa de palavras mal ditas. Porque você é a primeira pessoa que vem em mente quando penso em coração bom. Porque eu tenho medo de te perder. Porque nossas risadas me fortalecem. Porque você me entende. Porque eu quero te entender. Porque não temos motivos para isso. Porque eu sou a rainha do drama. Porque não tem certo e errado. Porque saber da sua vida pela internet é um porre. Porque eu quero ir na temakeria e só tem graça com você. Porque eu tenho reclamações a fazer e só você vai entender. Porque eu tenho que te devolver aquelas coisas. Porque a foto que eu tenho que olhar todo dia no meu computador é sua. Porque todo mundo não para de perguntar o que houve. Porque eu me cansei. Porque não tem porquê.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Perfil

Eu preciso de férias de mim mesma. Eu preciso que meu ar venha com partículas de tranquilidade. Diagnosticaram que eu teria transtorno de ansiedade. Por enquanto ainda não. Eu como demais. E depois me arrependo. A minha desorganização é a minha paz. Eu tenho preguiça de certas pessoas. Eu me revolto facilmente. Eu tomo as dores dos outros. E depois me dou mal. Eu acho algumas pessoas estranhas. A maioria delas. Eu gosto de acordar cedo. Pena que não tenho companhia. Eu queria um cachorro imortal. Só pra não sofrer como já sofri. Eu acho que tenho amigos de verdade. Mas na maioria das vezes me pego sozinha. Eu amo filmes. Eu amo novelas. Eu amo televisão. Eu não sei quase nada de tudo. Eu sinto falta de humildade. Eu sinto falta de pessoas que olhem pra si mesmas antes de julgar os outros. Porque ninguém faz isso? Eu era feliz e não sabia. Aliás, eu sabia. E hoje sou ainda mais. Tem dias que eu não quero fazer nada, mas faço só pra agradar os outros. Eu queria ser mais pontual. Eu queria me colocar em primeiro lugar. Eu sinto falta de alguns sentimentos. Eu adoro roupas largas. Eu acho que gosto, mas na verdade odeio saltos. Eu sempre defendo quem eu amo, mas por favor não mexa com a minha família. Eu gosto de fotos em pé. Não você em pé, a máquina. Eu odeio closes. Eu amo manteiga. Odeio mostarda. E apenas tolero ketchup. Eu já fiquei dois anos sem refrigerante. E hoje não vivo sem coca zero. Eu adoro correr. Eu odeio spinning. Eu acho crianças lindas, mas elas podiam ter um botão on-off. Eu queria falar muitas coisas, mas ainda não pude. Eu sou fiel. Se não forem comigo, azar. Eu finjo que não, mas ligo demais para as opiniões alheias. Eu acho que me conheço, mas no fim.. Impossível traçar meu perfil.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Tem dias que eu acordo assim.

Todas as mulheres do mundo.
De Ana Reber.

Tem dias que eu acordo querendo ser Joana D´Arc. Vestir minha armadura de ferro para enfrentar os meus demônios. Ter a força de lutar pelo que eu acredito, nem que o final da minha história seja na fogueira. Em outros queria ser Agatha Christie e inventar pra minha vida grandes mistérios em viagens pelo Orient Express. Ou talvez como Clarice Lispector, responder com páginas cínicas aos tapas que a vida às vezes distribui. Quem sabe até me embriagar e cantar as amarguras dos meus amores com a voz rouca da Billie Holiday. Ser Frida Kahlo e assumir todas as minhas diferenças, pintar numa tela as minhas entranhas, me transformar na musa de Serge Gainsbourg, prazer, sou Jane Birkin. Atirar brioches pela janela e ser lembrada como Maria Antonieta, a mulher mais fútil da história. Tem dias para tudo, até para ficar feliz de ser apenas eu.