sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em 2010 eu...

Passei muito frio. Muito calor também. Comi demais. Fiquei 40 dias sem carboidrato. Engordei muitos quilos, pra depois tentar emagrecer todos eles. Estudei muito para algumas matérias. Me arrependi. Estudei pouco para outras. Me arrependi. Colei demais e me arrependi de novo. Cheguei a conclusão de que nunca estaria satisfeita com as minhas escolhas na faculdade. Reprovei a mesma matéria pela segunda vez. Depois conseguir passar. Comecei a entender o que é pró-atividade. Percebi que quase ninguém sabe o que é. Amadureci. Tive que me organizar. Dormi em cima da bagunça. Me dei conta de que é muito bom morar sozinha. Nem sempre.

Me aproximei de pessoas que se tornaram essenciais. Me afastei de quem nunca deixou de ser. Percebi que é possível viver e se dar bem com pessoas bem diferentes de nós. Me decepcionei por achar que as pessoas são como queremos ou sonhamos. Entendi que sempre vai ser assim. Completei seis anos de namoro. Descobri que o mesmo amor de sempre é o único. Voei cinco vezes. Todas elas na mesma e segura companhia. Não saí da minha zona de conforto. Senti saudade.

Me estressei. Tive TPM todos os meses. Sofri. Me irritei mais do que deveria. Com quem não queria. Senti angústia, dor e muitas vezes medo. Não desisti. Cozinhei. Aprendi a me virar sozinha. Desejei um carro mais do que nunca. Completei duas maratonas. De cinco quilômetros. Completei uma maratoma. Dei muita risada. Fui dormir depois da meia noite todos os dias. Nem sempre acordei antes das dez.

Torci por uma pessoa mais do que pra mim mesma. Não deu. Fiz duas promessas. Uma já cumpri. A outra preciso de um ano inteiro. Agradeci mais do que pedi. Não adoeci. Nem uma gripezinha sequer. Lutei para ver quem amo feliz. Consegui? Li menos livros do que eu queria. Twittei muito mais do que deveria. Vivi como pretendia?

Decidi mudar. Virei diretora. Tive medo da responsabilidade e a ficha ainda não caiu. Emagreci sete quilos. Usei mais de cinquenta cores de esmalte. Cortei doze dedos do cabelo. Fiz muitas contas. Falei muito mais do que escrevi. Fiz uma tatuagem.

Sorri. Chorei. Vibrei. Torci. Me desesperei. Perdi. Ganhei. Acreditei. Publiquei. Implorei. Deixei. Gastei. Economizei. Juntei... Mas acima de tudo: vivi. Uma vida cheia de altos e baixos, alegrias e tristezas, certezas e dúvidas, união e solidão. Mas fiz de 2010 mais uma página completa e colorida de um livro que está só no começo, quem sabe no prefácio...

Que venha 2011!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ao Senhor Noel

Ei, Noel, cheguei meio tarde esse ano. O senhor quase que já entregou todos os presentes e eu aqui.. Começando a escrever uma cartinha. Estava quase achando que não ia ter que me agüentar esse ano, né? Minhas cartas são longas e quase ninguém tem paciência para lê-las.. Achou que estava livre.. Pois bem, vim tarde, mas vim!

E sabe o que é pior? Fui assim com quase tudo o que fiz em 2010. Entreguei tudo no prazo – ou um dia depois, como hoje. Deixei para falar parabéns às 23h59. Procurei pessoas pra me explicar o exercício que não entendi um minuto antes da prova. Fui meio imediatista. Quis tudo na mesma hora em que pedia, mesmo tendo que me esforçar pra não chegar quinze minutos – ah, só quinze minutinhos! - atrasada em todos os compromissos.

Mas como está tudo por aí, Noel? Não vem me dizer que o senhor também está na correria... O que? Teve que demitir duendes e renas por causa do custo alto de mão-de-obra? Ah, esse ano também saiu caro pro senhor? Como assim, Papai Noel.. Aquela menininha do comercial falou que o senhor só está nessa vida ainda porque quer recolher as Notas Fiscais Paulista.. É sério? Não me desaponte, poxa.. Sempre confiei tanto no senhor!

Sinceramente? Não sei bem o que eu quero pedir. Vim escrever essa cartinha como agradecimento mesmo. Também não sei se fui tão boazinha assim para merecer qualquer coisa que fosse pedir. Sabe, Noel, a vida é dura com a gente, não? E de repente... Já tinha feito coisas erradas e não dava mais pra esconder. Me desculpa? Traz o que o senhor quiser! Um chocolate nesses tempos de regime é dureza, mas hoje eu me permito.

Mas, obrigada, Noel. Por entender minha correria. Minha vontade de sair correndo de Campinas e ficar aqui em São Paulo o dia inteiro assistindo todos os filmes que eu tenho em DVD e que já sei as falas de cor não me deixaram pensar em escrever uma cartinha antes para o senhor. Pronto! Se o senhor quiser pode me dar um DVD novo. Ninguém nunca me deu um. Eu compro sempre. E sempre os mesmos tipos de filme. O senhor sabe quais são. Água com açúcar, de mulherzinha, cor-de-rosa, romacinho barato.. Isso, esses mesmo!

Mas, Santa.. Não vou ficar aqui ocupando seu tempo hoje, no dia de Natal. Chega de entregar de presentes. Vai curtir com a Mamãe Noel, coitada. Deve estar estressada com tanto trabalho que o marido tem. Ah! E fica uma dica: se o senhor ainda vai passar pelo Brasil, troca o modelito. Sabe, Noel, chegou a hora de o senhor comprar uma bermudinha vermelha, fazer um rabinho nesse cabelo e vir descansar em uma praia por aqui. Isso mesmo. Descansar. A gente tá precisando!

E como ouvi dizer por aí: “Have yourself a merry little Christmas, may your heart be light".