quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Declaração de amor

Hoje venho me declarar. Não, não é por aquela mesma pessoa de sempre que vocês estão pensando. Vim me declarar por aquela que eu tive que fugir durante muitos dias no fim do ano. Por aquela que me deixava mal toda vez que a olhava, mas não podia ter aquele tête a tête tão habitual. Por aquela que eu amo de todas as formas possíveis. Aquela. Sim, ela. A batata.

Não dêem risada de mim. A relação entre nós é muito séria e começou muito cedo. Eu mal sabia andar e minha mãe, quem nos apresentou, já vinha com uma pequena porção dela, toda amassadinha, me levando às primeiras porções de prazer em forma de carboidrato.

Depois fui ficando mais velha e fui conhecendo as outras formas que existiam para que eu pudesse amar também. Sauteé. Assada. Frita. Empanada. Palha. Amassada. Purê. Recheada. Refogada. Todas essas me fazem salivar. E sabe o que é pior (ou melhor)? Não consigo fugir delas.

Quando passei meus dias de tensão sem carboidrato era dureza. Em qualquer lugar que se preze você abre o cardápio e pergunta, já sabendo a resposta: “O que acompanha o filé?” e o garçom responde: “Fritas, mas posso trocar por legumes grelhados.” Legumes grelhados no lugar de fritas? Brincadeira, né? Como continuar no regime se você pode saborear aquelas delícias crocantes e o melhor: comê-las com as mãos. Porque não existe coisa melhor do que comer batatinhas com as mãos.

Gosto muito de um restaurante aqui em São Paulo que serve apenas um prato. O entrecôte fatiado com um molho secreto acompanhado de fritas. Dizem que a grande estrela da casa é o suculento entrecôte e o tal molho que demora 30 horas (literalmente) para ficar pronto. Não vou dizer que não é maravilhoso. É sim. Fantástico. Mas, cá entre nós... A grande estrela da casa são aquelas batatinhas fritas, sequinhas e o melhor: à vontade. São elas que fazem aquele restaurante francês ficar lotado, sete dias por semana.

Desisti de fugir delas. Se eu vou fugir da dieta eu não quero refrigerante, chocolate, pudim, lanches, maionese. Eu quero batatinhas. Aos montes e de todas as formas possíveis. Por isso hoje vim aqui declarar meu amor por vocês, oh batatinhas. Não sumam da minha vida. Vocês podem até me deixar meio gordinha, mas que eu amo vocês... Ah, como amo!