domingo, 15 de novembro de 2009

Ela cresceu





Hoje, quando a deixei na porta de uma faculdade para prestar seu primeiro vestibular de verdade, me deu um aperto no peito. Percebi que aquela menininha que brincava de boneca comigo até algum tempo atrás não era, de fato, uma menininha. Olhando ela andar até o portão me vi nos últimos anos e, se eu pudesse, iria no lugar dela. Só pra não ver em seu olhar a ansiedade que via no meu. Só pra não ouvir seu coração bater acelerado como ouvia o meu. Só pra não vê-la crescer e deixá-la continuar sendo aquela menininha que eu chamava de boba e que mordia meu nariz.

Só que eu não pude ir em seu lugar. Tive que deixá-la. Ela teve que ir em frente. E vai ter que continuar indo. Aprender a andar com as próprias pernas não é fácil, mas eu sei que ela vai conseguir. Sei que vai, porque vejo nela um muito de mim. Vejo a mesma vontade de ter e não conseguir. A mesma vontade de ser e não poder. A mesma vontade de lutar e não ter forças. A mesma vontade de passar por cima de tudo e chegar lá. E sei que ela vai. Chegar aonde ela quer. Aonde eu quero. Aonde minha mãe e até meu pai querem.

Sei que ainda há dúvidas. Medo. Insegurança. Não quero que eles coloquem tudo na mão da minha irmãzinha de 17 anos. Deem pra mim. Falem pra mim que eu faço por ela. Mostrem pra mim e eu explico pra ela. Mas eu não posso. Não posso. E isso me deixa mal. Quando eu mais quero, quando eu mais preciso não posso entrar na frente dela e fazer tudo, como sempre fiz. Às vezes com raiva por eu ser a primogênita e ter que sempre me colocar na frente. Às vezes com medo de vê-la se machucando. Às vezes com a certeza de que ela faria melhor do que eu e que eu não iria gostar. Mas, não. Não posso ir em seu lugar. Agora é só com ela.

E a certeza de que ela fará melhor do que eu fiz é mais do que absoluta. A torcida para que ela esteja aonde quiser é maior do que a que tive pra mim mesma. E o começo de uma nova etapa maravilhosa para ela me encanta tanto que tenho vontade de voltar atrás e viver tudo junto com ela, mais uma vez.

É, minha irmãzinha cresceu. Não só de tamanho (o que a deixa maior que eu), mas de alma, por inteira? Acho que ainda não. E nem eu. E tenho certeza que vamos caminhar para isso juntas, de novo.

E hoje, com esse aperto no peito por ver minha pequena tomando seu caminho, eu digo: me dê sua mão, Vezinha, posso te levar até lá? Espero que ela aceite.

sábado, 14 de novembro de 2009

O Brasil apagou



Foi por pouco. A luz piscou. Eu, no telefone, em Campinas. Ele, no telefone, em São Paulo. "Nossa, amor, a luz acabou aqui em casa.. Nossa, acho que foi Perdizes inteira..", "Ahn? Como assim? Aqui também piscou, mas não acabou!". Estranho. Medo. 2012 chegando? "Vê, a luz acabou aí também? Você acredita que piscou aqui?", "AI MEU DEUS, será que foi no mundo todo?", "Haha, lógico que não!".

E de repente eu era a única que sabia o que estava acontecendo. Por rádio passava todas as informações pra minha mãe, irmã, pai e namorado. Me senti meio importante e descobri que meu bairro foi o único em Campinas em que a luz não acabou. Gerador da faculdade atuando em peso. Adoro. Queria twittar, mas meu celular não entrava no twitter e eu perdi todas as piadas quentinhas e as novidades melhores.

Na falta do twitter, fiquei com a Globo mesmo. O que me fez dar risada. A Renata Ceribelli surtando em rede nacional e ao vivo, não tem preço! Ainda mais sabendo que somente 20% do Brasil via aquela cena. "Como assim 3 dias???? (PUM - bate na mesa)". Haha.

Depois disso comecei a pensar. E me senti em um filme de terror. Pânico. Caos. Trânsito. Se não tivermos energia o mundo para e as pessoas exageram. O mundo para e quem estava no metrô, voltando pra casa depois de um dia cheio de trabalho não estava exagerando. Quem estava voltando da faculdade e teve que dormir na calçada porque o ônibus não chegava, também não. E quem morreu em elevadores? Quem morreu por causa de um assalto? Quem surtou no trânsito mais maluco que de costume? Sim, esses tinham razão. Não exageraram.

Mas e quem reclamou que não podia secar o cabelo? Ou que não podia assistir a novela da Record? Ou que o computador não ligava? Ou que tinha que subir alguns lances de escada? Esses exageraram. Exageraram porque somos egoístas (e me incluo aí), somos dependentes, somos escravos? Quatro horinhas sem luz para quem estava no aconchego do seu lar é até gostoso. Silêncio, soninho e pronto. Amanhã amanhece e voilà "HAJA LUZ".

E hoje no Estado de São Paulo, nosso presidente disse que "só depende de Deus" a ocorrência de outros apagões. Já que o presidente está cheio de "achismos" e de meias opiniões, só nos resta confiar mesmo em Deus e esperar - sem pânico - por outra noite propícia para um jantar à luz de velas.

sábado, 7 de novembro de 2009

Não foi dessa vez..

Eu, como amo os livros da Stephenie Meyer (autora da série "Crepúsculo"), resolvi participar de um concurso promovido pelo Cinemark para ganhar uma sala com direito a cem convidados da sessão do filme "Lua Nova", só que ontem saiu o resultado e, meus caros, não foi dessa vez.. 


Mas fica aqui o texto que eu fiz, pra quem conhecer a história (acho praticamente impossível a essa altura do campeonato ninguém conhecer, mas enfim..). O tema era uma cena de amor entra Bella e Edward ou entre Bella e Jacob e, obrigatoriamente, deveria conter a frase-slogan da Close up, "Quanto mais perto, melhor", tudo isso em apenas 650 caracteres!


Amo Edward. Não há dúvidas. É por ele que eu estou aqui. Com ele que quero passar a eternidade, seja como vampira ou não. Mas, agora, em frente ao rosto de Jacob Black, seu hálito quente soprando em meu rosto, minha cabeça fica confusa. Não sei o que acontece. Como eu posso ter dúvidas entre Edward e Jacob? Ele me irrita! Tudo o que ele faz me tira do sério, ele não pode me dar o amor incondicional e sem cobranças que Edward me dá. Mas, assim, como estamos agora, seus olhos nos meus, sua boca quase na minha... Não sei. Quero sair de perto, quero sair correndo, mas não consigo! Quanto mais perto, melhor. E me odeio por sentir isso. 


Sendo assim, meio prepotente, até acho que eu merecia..