terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Então é Natal.. Já?

Calma. Ainda faltam 17 dias. Ainda? 17 dias? Como assim? De repente olhei para o calendário e percebi que estamos em dezembro. Não senti esse ano passar. Talvez a faculdade tenha mudado meu foco. Junto com a matrícula ganhei um relógio. Que relógio estranho. Nele as horas são contadas em minutos, os minutos em segundos e os segundos em milésimos e, então, quando me dei conta disso, estávamos em dezembro.

Não que isso seja ruim. Não vejo a hora que chegue dia 22, eu entre de férias e essa correria acabe. Mas, ao mesmo tempo, queria mais dos momentos bons deste ano. Queria mais, lágrimas nos olhos ao ver meu nome seguido da palavra A-P-R-O-V-A-D-O. Queria mais, amizades novas que me trouxeram alegria. Queria mais, morar com uma pessoa que me faz bem. Queria mais, descobrir que o mesmo amor de sempre é o melhor e único. Queria mais, perceber que tenho poucos, mas bons amigos. Queria mais. Mais e mais.

Mas não. Faltam 17 dias e pela primeira vez estarei sem a minha irmã e sem minhã mãe nesta data. Faltam 17 dias e será que fui boazinha? Faltam 17 dias e ainda não pedi desculpas a todos que queria. Não recebi pedidos de desculpa de todos que esperava. Não abracei aqueles que me fazem falta. Não comprei presentes. Não tive boas notas. Não emagreci. Não fiz quase nada do que queria ter feito.

Mas tudo bem. Depois de 6 dias vem o ano novo e, como diria o poeta, quem pegou os dias e dividiu-os em anos foi muito sábio mesmo. Afinal, o que seria de 2009 sem a esperança de começar tudo outra vez em 2010?

domingo, 15 de novembro de 2009

Ela cresceu





Hoje, quando a deixei na porta de uma faculdade para prestar seu primeiro vestibular de verdade, me deu um aperto no peito. Percebi que aquela menininha que brincava de boneca comigo até algum tempo atrás não era, de fato, uma menininha. Olhando ela andar até o portão me vi nos últimos anos e, se eu pudesse, iria no lugar dela. Só pra não ver em seu olhar a ansiedade que via no meu. Só pra não ouvir seu coração bater acelerado como ouvia o meu. Só pra não vê-la crescer e deixá-la continuar sendo aquela menininha que eu chamava de boba e que mordia meu nariz.

Só que eu não pude ir em seu lugar. Tive que deixá-la. Ela teve que ir em frente. E vai ter que continuar indo. Aprender a andar com as próprias pernas não é fácil, mas eu sei que ela vai conseguir. Sei que vai, porque vejo nela um muito de mim. Vejo a mesma vontade de ter e não conseguir. A mesma vontade de ser e não poder. A mesma vontade de lutar e não ter forças. A mesma vontade de passar por cima de tudo e chegar lá. E sei que ela vai. Chegar aonde ela quer. Aonde eu quero. Aonde minha mãe e até meu pai querem.

Sei que ainda há dúvidas. Medo. Insegurança. Não quero que eles coloquem tudo na mão da minha irmãzinha de 17 anos. Deem pra mim. Falem pra mim que eu faço por ela. Mostrem pra mim e eu explico pra ela. Mas eu não posso. Não posso. E isso me deixa mal. Quando eu mais quero, quando eu mais preciso não posso entrar na frente dela e fazer tudo, como sempre fiz. Às vezes com raiva por eu ser a primogênita e ter que sempre me colocar na frente. Às vezes com medo de vê-la se machucando. Às vezes com a certeza de que ela faria melhor do que eu e que eu não iria gostar. Mas, não. Não posso ir em seu lugar. Agora é só com ela.

E a certeza de que ela fará melhor do que eu fiz é mais do que absoluta. A torcida para que ela esteja aonde quiser é maior do que a que tive pra mim mesma. E o começo de uma nova etapa maravilhosa para ela me encanta tanto que tenho vontade de voltar atrás e viver tudo junto com ela, mais uma vez.

É, minha irmãzinha cresceu. Não só de tamanho (o que a deixa maior que eu), mas de alma, por inteira? Acho que ainda não. E nem eu. E tenho certeza que vamos caminhar para isso juntas, de novo.

E hoje, com esse aperto no peito por ver minha pequena tomando seu caminho, eu digo: me dê sua mão, Vezinha, posso te levar até lá? Espero que ela aceite.

sábado, 14 de novembro de 2009

O Brasil apagou



Foi por pouco. A luz piscou. Eu, no telefone, em Campinas. Ele, no telefone, em São Paulo. "Nossa, amor, a luz acabou aqui em casa.. Nossa, acho que foi Perdizes inteira..", "Ahn? Como assim? Aqui também piscou, mas não acabou!". Estranho. Medo. 2012 chegando? "Vê, a luz acabou aí também? Você acredita que piscou aqui?", "AI MEU DEUS, será que foi no mundo todo?", "Haha, lógico que não!".

E de repente eu era a única que sabia o que estava acontecendo. Por rádio passava todas as informações pra minha mãe, irmã, pai e namorado. Me senti meio importante e descobri que meu bairro foi o único em Campinas em que a luz não acabou. Gerador da faculdade atuando em peso. Adoro. Queria twittar, mas meu celular não entrava no twitter e eu perdi todas as piadas quentinhas e as novidades melhores.

Na falta do twitter, fiquei com a Globo mesmo. O que me fez dar risada. A Renata Ceribelli surtando em rede nacional e ao vivo, não tem preço! Ainda mais sabendo que somente 20% do Brasil via aquela cena. "Como assim 3 dias???? (PUM - bate na mesa)". Haha.

Depois disso comecei a pensar. E me senti em um filme de terror. Pânico. Caos. Trânsito. Se não tivermos energia o mundo para e as pessoas exageram. O mundo para e quem estava no metrô, voltando pra casa depois de um dia cheio de trabalho não estava exagerando. Quem estava voltando da faculdade e teve que dormir na calçada porque o ônibus não chegava, também não. E quem morreu em elevadores? Quem morreu por causa de um assalto? Quem surtou no trânsito mais maluco que de costume? Sim, esses tinham razão. Não exageraram.

Mas e quem reclamou que não podia secar o cabelo? Ou que não podia assistir a novela da Record? Ou que o computador não ligava? Ou que tinha que subir alguns lances de escada? Esses exageraram. Exageraram porque somos egoístas (e me incluo aí), somos dependentes, somos escravos? Quatro horinhas sem luz para quem estava no aconchego do seu lar é até gostoso. Silêncio, soninho e pronto. Amanhã amanhece e voilà "HAJA LUZ".

E hoje no Estado de São Paulo, nosso presidente disse que "só depende de Deus" a ocorrência de outros apagões. Já que o presidente está cheio de "achismos" e de meias opiniões, só nos resta confiar mesmo em Deus e esperar - sem pânico - por outra noite propícia para um jantar à luz de velas.

sábado, 7 de novembro de 2009

Não foi dessa vez..

Eu, como amo os livros da Stephenie Meyer (autora da série "Crepúsculo"), resolvi participar de um concurso promovido pelo Cinemark para ganhar uma sala com direito a cem convidados da sessão do filme "Lua Nova", só que ontem saiu o resultado e, meus caros, não foi dessa vez.. 


Mas fica aqui o texto que eu fiz, pra quem conhecer a história (acho praticamente impossível a essa altura do campeonato ninguém conhecer, mas enfim..). O tema era uma cena de amor entra Bella e Edward ou entre Bella e Jacob e, obrigatoriamente, deveria conter a frase-slogan da Close up, "Quanto mais perto, melhor", tudo isso em apenas 650 caracteres!


Amo Edward. Não há dúvidas. É por ele que eu estou aqui. Com ele que quero passar a eternidade, seja como vampira ou não. Mas, agora, em frente ao rosto de Jacob Black, seu hálito quente soprando em meu rosto, minha cabeça fica confusa. Não sei o que acontece. Como eu posso ter dúvidas entre Edward e Jacob? Ele me irrita! Tudo o que ele faz me tira do sério, ele não pode me dar o amor incondicional e sem cobranças que Edward me dá. Mas, assim, como estamos agora, seus olhos nos meus, sua boca quase na minha... Não sei. Quero sair de perto, quero sair correndo, mas não consigo! Quanto mais perto, melhor. E me odeio por sentir isso. 


Sendo assim, meio prepotente, até acho que eu merecia.. 

sábado, 24 de outubro de 2009

Tristeza vai embora

E quando a vontade não vem
o tempo não passa
a felicidade não chega
o amor foi embora
e a solidão não demora?

E quando você percebe que a vida passou
o tempo mudou
os amigos sumiram
o amor não chegou
e o samba parou?

E quando você vê que nada é assim
a bossa nova não vem
alegria não tem
e a sensação não tem fim?

Será que logo passa?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Wanessa




"Você me olha por cima, me trata como menina
Mas não sabe do que eu sou capaz
Eu tenho um sonho, por ele eu vivo
Minha vontade é de ser muito mais...

Mais do que filhinha de papai, menina de sociedade
Corro o risco, eu vim de baixo, eu me perco, mas me acho
Sou coragem, sou verdade, sem bobagem, falsidade

Você me viu crescendo e sabe o que eu passei
Sabe de onde eu venho, o quanto eu lutei
O quanto eu me empenho buscando o meu lugar

Pra cantar... Eu vou cantar ao vento
Pra cantar... Mudar seu pensamento
Pra cantar... Antes de me julgar
Ouça o que eu tenho pra falar
Veja o que eu tenho pra mostrar

O preconceito é o maior defeito
Aquela dor que nunca sai do peito
Mas quem é vivo sempre aparece
Sente a pontada, mas depois esquece

Eu sou regida pelo amor, eu tenho a vida pela frente
O jogo apenas começou, eu vou fazendo diferente
Eu sou aquela gaivota que quer sempre melhorar
O jeito de voar"

As palavras me arrepiaram. Confesso que quando comparei a letra em português com a letra em inglês, achei meio boba. Pra mim não tinha casado com a melodia. Mas ouvir as palavras ditas e não cantadas, me trouxeram emoção. Sempre admirei a Wanessa, sempre gostei de suas músicas e sempre ouvi críticas por isso. Críticas porque as pessoas gostam de julgar. Só porque é brasileira, só porque é filha de um cantor sertanejo, só porque não é Maria Rita ou Marisa Monte, só porque, porque, porque. Porquê?

No seu úlitmo show percebi que ela não é mais aquela menina que começou há alguns anos. Ela é outra pessoa. E agora eu a admiro ainda mais. Admiro porque percebo como é incrível sua evolução. E isto está estampado na nova artista que ela tornou-se. Estampado na sua voz cantando as músicas antigas, nas suas roupas, nas coreografias, no cabelo, nas atitudes.

A única palavra que ela conseguiu falar no show foi OBRIGADA. E agora eu digo: Obrigada, você, Wanessa. Por não ter desistido diante de tanto preconceito e julgamentos, por ter passado por cima de tantas críticas e hoje poder mostrar a artista completa que se tornou. Parabéns!

Da sua sempre fã, Bárbara.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Olimpíadas 2016

O Lula estava chorando. A pergunta é: ele chorava porque estava emocionado, afinal o Brasil era o único entre as dez maiores economias do mundo que não havia sido sede para uma olimpíada ou ele chorava porque mentia ao dizer que, sim, nós temos os R$ 25,9 bilhões necessários para tal?

Não tenho dúvidas dos benefícios que este evento trará para o país. Empregos, turistas, dinheiro. E, apesar de não ser nem um pouco ufanista, acho bacana o Brasil ser reconhecido mundialmente. Ainda mais se o evento for, de fato, bem planejado como estão tentando fazer. Mas, não sei. Não tive vontade de chorar. Não tive vontade de ir correndo até Copacabana participar da festa de comemoração. Não tive vontade de fazer campanha pré-eleição. Nadinha. Pra falar a verdade nem tinha visto o tal vídeo - muito bonito, diga-se de passagem - de promoção do Rio.

Será que realmente todo brasileiro é carioca e está transbordando de emoção como foi dito por aí? Acho que não. Por enquanto ainda não senti emoção. Talvez o Lula seja mesmo muito apaixonado pelo nosso país como dizem. Ou talvez eu seja meio revoltada com essa roubalheira na qual sempre estamos envolvidos e não quero me emocionar por achar que, sim, é mais um motivo para investirmos em nada nosso tão suado dinheirinho. É, ainda não me esqueci do Pan 2007, que torrou um caminhão de dinheiro na construção de estrutras hoje abandonadas.


Enquanto meus olhos não se enchem de lágrimas como os de muita gente por aí fico aqui me divertindo com as frases de Wiliam Bonner no Jornal Nacional, as pérolas de Patrícia Poeta no Fantástico, o sensacionalismo sempre tão bem feito na televisão brasileira, a paixão de Lula pelo país em rede internacional e com as ótimas piadas que não acabarão até alguma coisa dar certo em 2016.

Por um lado, encontro-me feliz pelo fato de o Rio de Janeiro ter sido escolhido. Não consigo imaginar qual seria a reação de Orlando Silva, Lula e Eduardo Paes caso contrário. Barraco. Passaríamos vergonha do mesmo jeito. Entre os piores.. O melhor. Melhor?

Começo a planejar para onde fugirei quando nosso Brasil, pátria amada, idolatrada não der conta de realizar tantos projetos que seu povo heróico tem planejado. Veremos.

sábado, 26 de setembro de 2009

Essa sou eu?

Que vontade louca é essa de escrever que estou sentindo há alguns dias? Não sei o que é. O problema é que a vontade vem, mas e o assunto.. Não consigo! Já sentei umas três vezes na frente do computador com esse objetivo, mas nada me vem. Droga.

Uma vez, no auge da minha depressão pré-vestibular, escrevi um texto muito bonito sobre aquilo que eu estava passando. Muitas pessoas vieram me elogiar. Mas uma delas me disse: "Pô, Bárbara, você escreve coisas tão legais, mas, pelo amor de Deus, para de falar de coisas tristes. Acho que você consegue falar sobre outras coisas!". Na hora achei meio chato aquele comentário, me irritou um pouco. Mas agora percebo que é verdade. E não sou só eu. Acontece com muitos por aí. Acho que gente bem resolvida não rende assunto. Já dizia o poeta que pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, não é?

E, justamente agora, que eu tenho uma vontade louca de escrever, resolvi ficar bem resolvida! Alguém me cutuca? Me mostra que minha nota de física II foi 3,3. Que eu tenho uma DP pra fazer o ano que vem cuja média subirá para 7. Que meu quarto está uma bagunça. Que eu tenho uma entrevista de visto dia 8. Que alguns de meus amigos sumiram. Que eu tenho quase 21 anos e ainda estou no primeiro ano da faculdade. Que as pessoas não são como eu acho que são. Que a insegurança sempre me domina. Que eu estou virando adulta. Que eu ainda não tenho um carro. Que eu não tenho um emprego, mas já tenho contas pra pagar. Alguém me avisa?

Opa, já me avisaram. Eu sei de tudo isso. Mas não sinto nada. Nem angústia, nem medo, nem pânico. Nadinha. Risada. Ah! Deve ser aquela pizza que eu comi ontem. Tanto carboidrato e gordura só podia dar nisso.. Meu cérebro produziu endorfina demais e agora não consigo perceber que tenho problemas.

Não sei por quanto tempo isso vai durar. Será que mais algumas horas? Dias, meses? Não sei. Mas enquanto isso.. Vou aproveitar e sair pela casa rodopiando e cantando musiquinhas que me façam rir.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

É, sou bem mais você

Sabe aquela pessoa que desde a primeira vez que você vê já sabe que vai ser sua amiga? Foi assim com a gente.

A namorada do amigo. Aquela que tem todos os motivos para te odiar. Aquela que acha ridícula a amizade entre você e ele. Aquela que acha que os "eu te amo" trocados não se resumem apenas a amizade. Aquela que tem todo o poder na mão pra te afastar.

Aquela. Mas ela não era aquela. Ela era ela. Desde a primeira vez. Ela passou a ser minha confidente. Eu passei a ser sua aliada em campo inimigo. Eu sempre estava ali para ela e tinha certeza que ela sempre estaria ali para mim. Era tudo recíproco e por amar tanto os dois queria sempre vê-los muito felizes.

Só que algo deu errado. Ou certo? Ele se foi da vida dela. Ela ficou na minha. Com o tempo entrou aquela na vida dele. Ele se foi da minha. Ela, como antes, ficou na minha. E, hoje, é ela que eu quero ver feliz. É o sorriso dela que me traz cada vez mais perto. Por ela que eu torço. Por ela que eu luto. Ela.

As ligações passaram a ser constantes. As conversas cada dia mais longas. As fofocas.. Que fofocas? Não somos disso. As opiniões são sempre as mesmas. As inimizades também. As risadas então.. Só rindo! Por isso que decidi expressar - um pouco - aqui o que eu sinto por ela.

Porque ela é única. Ela é linda, loira e magra (Haha). Ela é dona da Fifi. Ela me faz rir toda vez que passo na frente do "Obelisco". Ela me faz querer pegar o celular e tirar fotos de certas situações. Com ela gasto trinta mensagens por dia. Com ela quase fui pisoteada. Com ela passei um sábado tediosamente delicioso em Campinas. Por ela deixei algumas coisas de lado. Por ela desisti de alguns. Com ela vou até o fim. Há quarenta meses.

E hoje é o dia dela. 09/09/09. Não podia ser diferente. Tinha que ser especial. Tinha que ser engraçado. Tinha que ser tão Lívia. Insubstituível e indispensavelmente Lívia.


*O que eu mais queria era pegar meu jatinho e ir voando te abraçar. Mas não dá. Essa chuva não me permite! PARABÉNS, amiga! É nóis!

sábado, 29 de agosto de 2009

Os homens são de Marte

Definitivamente. Os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus. O que os homens têm que não permite que eles percebam as coisas rapidamente? Porque sempre precisam de alguém com dois cromossomos X para dar explicações que sejam mais óbvias e escancaradas do que as que já estão na frente deles?

E não é que eles se confundam com a nossa mania de falar em entrelinhas. As entrelinhas existem e se você não sabe ler, meu bem, desculpa, mas não é tão difícil assim. Às vezes o "Não" é "Sim". O "Talvez" é "Não". O "Está tudo bem" é "Quero uma abraço". O "Precisamos conversar" é "Você está ferrado!". Como assim, ainda não entendeu? Sabe aquela vitrine? Não adianta tentar me convencer que os vestidos são todos iguais. Não são. São milhares de tecidos e cores diferentes. Só você não percebeu.

Já não bastava o fato de eles terem muito mais testosterona do que nós, serem muito mais fortes, terem mais neurônios (mas isso não importa muito - usamos os nossos de maneiras bem melhores), o que mais me irrita é que li recentemente que foi comprovado que, sim, eles conseguem emagrecer muito, mas muito mais rápido que nós. Pelo amor de Deus. Ah! Deve ser isso. Deus. Com certeza foi Ele que resolveu abençoar os homens dessa maneira. Já que pra nós, mulheres, deu todo o resto. O poder de persuadir como ninguém. O poder de entender as entrelinhas (sem precisar de desenhos e explicaçõezinhas). E o nosso sexto sentido? Desculpa, mas homem nenhum tem a percepção que nós temos. A gente pega tudo rápido. Escolhe, decide, faz e pronto. Não ficamos esperando a última palavra de ninguém.

Foi publicado em estudos recentemente que homens que possuem alto teor de testosterona são mais propensos ao divórcio e que são mais suscetíveis a relações extraconjugais. Eita hormônio poderoso esse aí. Faz com que eles fiquem eternamente na infância, não permitem relacionamentos saudáveis e duradouros.. Tsc, tsc, tsc. Prefiro meus níveis de vinte a trinta vezes mais baixo do que o deles. E estou muito bem, obrigada. Deixa eu ir jogar um "futebolzinho" com os caras e depois ir tomar uma cervejinha enquanto você fica aqui no meu lugar, tentando fazer as coisas que eu faço e tudo ao mesmo tempo pra ver quem ia ter TPM.

Homens são estranhos. E não vou procurar estudos que me expliquem porque somos tão diferentes. Talvez seja isso que dê a tão esperado "química" entre nós. Talvez irritar-se seja fundamental. Talvez não consguíssemos viver sem eles. Principalmente ELE. Aquele que te irrita como ninguém. Que te faz gritar, chorar e querer quebrar tudo. Que consegue te tirar do sério com um comentário. Que faz com que a sigla TPM seja alvo de uma discussão de meia hora. Mas que quando te abraça, todos os problemas ficam pra trás e as irritações.. Que irritações? Simplesmente ele. Com todos os defeitos e todos os problemas. Faz com que seja fundamental tê-lo em sua vida.

Se você ainda não encontrou seu ser tão "irritavelmente" fundamental.. Espere! Ele deve estar perdido por aí, esperando que alguma de nós explique pra ele pra qual lado deve ir.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sem (ou seria: Cem?) motivos pra reclamar

Um lugar longe, muito longe da minha realidade. Casas que não parecem casas. Pessoas estranhas. Medo de pessoas que eu nem conheço. Pessoas que podem ser pais de família, que podem estar lutando pra SOBREviver nesse mundo. Eles é que deveriam ter medo de mim.

Eu, com esse preconceito enraizado. Essa mania de atravessar a rua toda vez que vejo uma pessoa que me parece estranha e que pode me causar riscos. Esse olhar julgador que nunca pensa bem de alguém que, na maioria das vezes, não quer me causar nada.
Eu, com essa cara de metida, essas roupas que pagam a comida do mês inteiro dos filhos deles, o carro (que não é meu), a bolsa (que não fui eu que comprei), os óculos escuros, o tênis. Essa imagem. Eu. Simplesmente eu. Eu que deveria causar medo neles. Eu que mostro pra eles como é o mundo aqui desse lado. Eu que fico reclamando que irei morar a algumas quadras de casa. Eu que reclamo que meu pai ainda não me deu um carro. Eu que reclamo que meus dois celulares não tem sinal. Eu que posso escolher entre risoto e massa. Eu que prefiro ficar em São Paulo do que viajar pra "aquele lugar". Eu que posso escolher. Eu que posso pedir. Eu que sou branca. Eu que acho que sou superior. Eu que falo que a pior coisa da minha vida é ter pego aquela DP. Eu. Eu. Eu.

E eles que moram lá? E eles que não sabem se vão ter o que comer no fim do mês? E eles que, talvez, nunca terão carro na vida? E eles que têm que roubar pra tentar ser como eu? E eles que nunca viajaram na vida? E eles que nem sabem o que é DP? E eles que não têm escolha??
Olhando pra eles eu sei que não tenho motivos pra reclamar. Que meus cem motivos tornam-se pequenos demais ou até nulos. Olhando pra eles percebo como sou egoísta por julgar mal, por atravessar a rua ou por não querer olhar nos olhos. De que adianta achar que posso tudo, sendo que a história deles rende muito mais do que a minha? Se a história deles traz muito mais lição do que a minha?

Mas a culpa não é totalmente minha. A sociedade me fez assim. São Paulo me fez assim. Minha mãe me fez assim? Me fez ter medo de uma pessoa que chega perto do carro e pede 'um trocado'. Me fez ter medo de alguém que não se veste como eu. Me fez falar 'VAI TRABALHAR!' pra quem tenta ganhar a vida de modos que não cabem a mim julgar.

Ver tudo aquilo me fez perceber que eu posso refletir, que eu posso até tentar. Mas, infelizmente, não vou conseguir tirar essa armadura que criei em volta de mim. O medo de quem não merece, infelizmente, vai ficar. Me arrependo, quero pedir desculpa. Mas nesse mundo louco não sei ainda eu quem eu posso confiar.

Conselhos gratuitos de uma garota não desse tipo

Por motivos almodovarianos você está no Centro, em uma agência de empregos no 22º andar de um prédio que tira a palavra xexelento do fundo do baú. A maioria das vagas oferecidas é para telemarketing e promotores de vendas. Tem muita gente dando um jeito por aí. Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, a vida não pára. Usando sua capacidade de encarar situações como um estudo antropológico, enquanto aguarda um minuto, senhora bisbilhota os currículos que se amontoam na recepção. De repente, vê em um deles um “objetivo” sensacional: “adquirir toda e qualquer experiência pretendendo atingir a realização pessoal e profissional.
Disponibilidade imediata”. Head-hunters e consultores de carreira não entendem nada!

Namorados de longa data ouvem das pessoas “vão casar quando”, jovens solteiros pensam em respostas cretinas para “cadê a namorada”, e bons profissionais que estão começando o terceiro emprego no quinto mês do ano abraçam as pessoas que perguntam “mas o que você quer” e lhes dão um beijo estalado na bochecha: uma porrada de coisas!

Quero um passaporte cheio de carimbinhos que correspondam a histórias. Quero saber cozinhar. Quero assistir logo ao filme do Michel Gondry com o Gael. Noutro dia vi na revista um fio de diamantes para prender o cabelo, quero isso também: “jogue fora o elástico velho que você carrega no pulso”, dizia a matéria. Eu sei que isso eu não vou ter, a revista era a Vogue Jóias, mas será que esses quereres servem? Será que posso ao menos falar isso em público e nesse horário?

Não quero viver colocando um visto depois das minhas ações: acordar – visto! Me vestir dentro da equação humor+armário+temperatura – visto! Comer pãozinho francês - visto! Ouvir música no trânsito, checar o relógio para ver se pode ir embora, entretenimento pela TV, dormir de novo. Visto, visto, visto, e vivido? Eu quero achar tudo do… (posso falar palavrão aqui?) muito legal. Quero querer mais. Não, não sei bem o caminho. Sim, me preparei, estou preparadíssima para isso, me preparei tanto que distendi o joelho e precisei sentar.

Talvez você precise saber o que quer para saber o que é muito legal, e corre o risco de não achar tão legal assim ao chegar lá. Talvez só vá saber experimentando. Talvez precise experimentar milhares de coisas diferentes e sem nenhuma relação entre elas a não ser você e sua vontade de descobrir a melhor de todas. Pode acontecer também de você mudar de idéia e ter que começar de novo.

Você pode ter uma imaginação de Monteiro Lobato, porém o roteirista dessa história é muito mais criativo, adora pregar peças e vai te desafiar constantemente. Se alguém recebeu um script quando esse filme começou, produção! Faltou o meu. Não sei minhas falas. Especialmente depois da deixa “o que você quer” me dá um branco total. Então improviso. Ao invés de colocar um visto ao lado do que foi feito, vou dando notas: sensacional, vale a pena, só pagando muito, checar mais tarde, e por aí vai.

Numa dessas, você está sob um céu estrelado com velhos amigos. Enquanto um cozinha, o outro conta as novidades, todos se atualizam sobre as respectivas vidas, riem de velhas histórias… outros planos para quê? Já não disseram que a vida é o que nos acontece enquanto fazemos outros planos?

*Só porque a Bruna Demaison manda muito. Quero escrever igual a ela quando crescer..

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Porque vim parar aqui

Na verdade pensei por alguns dias. A vontade era grande, mas sabia que o tempo, como sempre, seria curto. Quem diria. Logo eu que sempre torci pra viver só de números. Não é que agora eles me irritam? Não eles, mas viver só deles me traz irritação. Sinto necessidade de escrever, nem que seja por obrigação, como fazia há um ano. Eu tinha que escrever, tinha um tema, um tempo determinado e ODIAVA. Talvez o ódio vinha, de fato, por causa da obrigação. Mas agora não. Não sou obrigada. Comecei a sentir falta mesmo. Acho linda a matemática. Acho muito bonito o fato de ser a única 'língua' que pode ser falada em todos os países do mundo. Os números são iguais na China e na Itália, no Brasil e nos EUA, no Chile e na França. No mundo inteiro, eles nunca mudam. Sempre achei isso muito bonito. Muito fácil de lidar. Mas agora, depois de um semestre inteiro sem escrever, percebi que sinto falta das letras.

Desisti de tentar me expressar pelo orkut. Ninguém liga mesmo, quase ninguém lê. E o twitter.. 140 caracteres? Muito pouco pra tudo o que eu sempre tenho a dizer. Por isso vim parar aqui. Agora só me resta encontrar um tempinho entre o cálculo II e a física II, entre a química dos alimentos e a físico-química pra vir aqui e me livrar do peso que os números me trazem.

Sem mais.