Foi por pouco. A luz piscou. Eu, no telefone, em Campinas. Ele, no telefone, em São Paulo. "Nossa, amor, a luz acabou aqui em casa.. Nossa, acho que foi Perdizes inteira..", "Ahn? Como assim? Aqui também piscou, mas não acabou!". Estranho. Medo. 2012 chegando? "Vê, a luz acabou aí também? Você acredita que piscou aqui?", "AI MEU DEUS, será que foi no mundo todo?", "Haha, lógico que não!".
Na falta do twitter, fiquei com a Globo mesmo. O que me fez dar risada. A Renata Ceribelli surtando em rede nacional e ao vivo, não tem preço! Ainda mais sabendo que somente 20% do Brasil via aquela cena. "Como assim 3 dias???? (PUM - bate na mesa)". Haha.
Depois disso comecei a pensar. E me senti em um filme de terror. Pânico. Caos. Trânsito. Se não tivermos energia o mundo para e as pessoas exageram. O mundo para e quem estava no metrô, voltando pra casa depois de um dia cheio de trabalho não estava exagerando. Quem estava voltando da faculdade e teve que dormir na calçada porque o ônibus não chegava, também não. E quem morreu em elevadores? Quem morreu por causa de um assalto? Quem surtou no trânsito mais maluco que de costume? Sim, esses tinham razão. Não exageraram.
Mas e quem reclamou que não podia secar o cabelo? Ou que não podia assistir a novela da Record? Ou que o computador não ligava? Ou que tinha que subir alguns lances de escada? Esses exageraram. Exageraram porque somos egoístas (e me incluo aí), somos dependentes, somos escravos? Quatro horinhas sem luz para quem estava no aconchego do seu lar é até gostoso. Silêncio, soninho e pronto. Amanhã amanhece e voilà "HAJA LUZ".
E hoje no Estado de São Paulo, nosso presidente disse que "só depende de Deus" a ocorrência de outros apagões. Já que o presidente está cheio de "achismos" e de meias opiniões, só nos resta confiar mesmo em Deus e esperar - sem pânico - por outra noite propícia para um jantar à luz de velas.
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